Introdução
> Uma das mais belas, senão a mais bela de todas as parábolas que Jesus contou e a mais maravilhosas de todas as pequenas histórias já contadas na história humana.
> O motivo de Jesus ter contado a parábola encontra-se em Lc 15.1,2.
Transição
> Existe nesta história uma progressão que se desenvolve em alguns estágios, momentos, quadros. Vejamos cada um destes estágios e aprendamos as lições que nos trazem:
I.) Estágio do egoísmo, da rebeldia, da auto-suficiência, da carnalidade – v. 11-13
> Egoísmo porque o filho pródigo pensou só em si, exigiu o que lhe pertencia, o que era seu.
> Rebeldia porque o pródigo não poderia reclamar sua parte na herança enquanto seu pai vivesse.
> Auto-suficiência porque achou que poderia viver independentemente de tudo e de todos, inclusive de Deus. Era “dono de seu próprio nariz”.
> Carnalidade porque viveu dissolutamente. Tudo o que queria fazer, era encher o seu estômago e viver para satisfazer os seus desejos carnais e sensuais.
> A “terra distante” conforme disse Agostinho, “é o esquecimento de Deus”.
II. ) Estágio da humilhação – v. 14-16
> Quem opta pela estrada do egoísmo, rebeldia, auto-suficiência e carnalidade, sempre chegará à cidade da humilhação.
> Explicar o que significava para os judeus apascentar porcos!
> Como ficam humilhados os homens e mulheres quando se identificam com apetites animalescos e alimentam-se do lixo do mundo, como fazem os animais!
III.) Estágio da reflexão – v. 17-19
> A condição de dificuldade extrema induziu-o a refletir.
> Esta expressão notável “caindo em si” coloca o estado de rebelião contra Deus como uma espécie de loucura. O início do arrependimento representa o retorno à sensatez, à condição de consciência sadia.
IV. ) Estágio da ação – v. 20a
> Não adianta reconhecermos a necessidade de mudança e não darmos passos práticos na direção da mudança!
> Um pecador está a meio caminho, na estrada da salvação, quando volta a cair em si. A outra metade do caminho é percorrida pela ação!
V.) Estágio da compaixão – v.20,21
> O filho estava tão cansado que não podia correr, mas o seu pai já idoso esqueceu-se de sua idade e dignidade e correu para encontrar-se com o filho errante.
> “Compadecido” aqui (v.20), significa que suas entranhas se comoveram.
> O filho pródigo não teve condições de expressar todo o pedido que havia preparado, quando se encontrasse com seu pai. Os beijos de seu pai sufocaram os lábios do filho que estava de volta ao lar, e aquilo a tudo o que importava.
> Uma vez envolvido em seus braços paternais, os pecados do pecador arrependido não lhe são mais computados. Deus “despeja o passado dentro do esquecimento”.
> Aplicar mostrando o desejo ardente de Deus de dar as boas vindas ao pecador arrependido que retorna a Ele.
VI.) Estágio da restituição – v. 22-24
> Tão logo seu filho chegou em casa ele o oficializou novamente em sua plena condição de filho.
> Seus trapos foram retirados dele, e foi-lhe dada “a melhor túnica”, símbolo da veste de justiça que o pecador arrependido recebe de Deus.
> O anel, símbolo de autoridade e que inspirava confiança, foi colocado no dedo.
> As sandálias (emblema de filiação) adornaram os pés quase nus. Só os membros da família usavam calçados – os escravos andavam descalços.
Pr. Ronaldo Guedes Beserra – 12.08.2006 (com ajuda dos comentários de Herbert Lockyer)
Visite o Site do Pr Ronaldo em http://www.ronaldoguedesbeserra.com.br
O interessante é que Jesus fecha uma sequência de parábolas onde matematicamente usa de ironia ao falar com os fariseus dizendo que os tais precisariam se voltar para Deus. Queria dizer-lhes que necessitavam de arrependimento. Representando a Lei como o irmão mais velho e o mais novo como a Graça. Hermeneuticamente Lindo.
Interessante também é pensar sobre a perdição do Filho Mais Velho, moralista, que ficou em casa tentado enganar a seu pai, mas que infelizmente não se alegrou com a postura amorosa de seu pai.